António Carneiro, Contemplación, 1911, óleo sobre cartón, 37 × 60 cm. Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa
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Leemos por ahí: "Exemplo de uma poética desenvolvida ao longo das muitas praias que António Carneiro pintou, Contemplação exibe esplendorosamente a transformação da paisagem em estado de alma. A cor, dada pela fluidez da pincelada, desmaterializa os rochedos para os envolver numa sensação que conhece valores metafóricos. A paisagem é então o subjectivo ponto de vista da meditativa figura que a contempla e para a qual convergem as linhas de composição. A atmosfera rarefeita da hora crepuscular inscreve-a como signo de transição do seu entendimento natural e, depois da impossível e curta experiência simbólica, para o domínio do vago em que a abertura e rarefacção do sentido encontra no mar prateado a sua possível assunção simbólica, que todavia se desvanece como um vislumbre."
Pedro Lapa, http://www.museuartecontemporanea.pt/pt/pecas/ver/17/artist